Diante do crescente interesse pelo estudo das materialidades tangíveis como partícipes da produção dos sentidos, das questões éticas e estéticas decorrentes e, portanto, do valor das obras, a disciplina apresenta um caminho teórico-metodológico de estudos dos objetos editoriais – do paradigmático códice às plataformas editáveis, das performances de galeria aos slams, todo material que se prepara para uma vida pública. Tópicos fundamentais: cultura digital e cibercultura; semiologia dos objetos e formação socioespacial, a noção de mídium.

Parte 1

Cultura digital e cibercultura

– cultura e política

– abordagem prometeica e abordagem fáustica

– partilha do sensível, multidão e enxame

Parte 2

Semiologia dos objetos e formação socioespacial

– objetos, tempo e espaço

– período técnico-científico informacional

– globalização

Parte 3

A noção de mídium

– as mediações, as inscrições

– transmissão

– heterotopias, atopia

Bibliografia*

BAUDRILLARD, Jean.  O sistema dos objetos. Vários tradutores. São Paulo: Perspectiva, 1973.

BOURDIEU, Pierre. Uma revolução conservadora na edição. Trad. Salgado e Muniz Jr. In: Política e Sociedade, vol. 17, n. 39, mai/ago de 2018, Florianópolis. Disponível aqui.

CHARTIER, Roger. A mão do autor e mente do editor. Trad George Schlesinger. São Paulo: Editora da Unesp, 2014.

CROSBY, Alfred W. A mensuração da realidade – a quantificação da sociedade ocidental 1250-1600. Trad. Vera Ribeiro. São Paulo: Editora da Unesp, 1999.

DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette. Mídia, cultura e revolução. Trad. Denise Bottmann.  São Paulo: Companhia de Bolso, 2010.

DEBRAY, Régis. Transmitir – o segredo e a força das ideias. Trad. Guilherme de Freitas Teixeira. Petrópolis: Vozes, 2000.

_______ . Manifestos midiológicos. Trad. Guilherme de Freitas Teixeira. Petrópolis: Vozes, 1995.

________ . O Escriba – a gênese do político. Trad. Marcos de Castro. Rio de Janeiro: Retour, 1983.

DE CERTEAU, Michel. A cultura no Plural. Trad. Enid Abreu Dobránszky. Campinas: Papirus, 1986. Col. Travessia do século.

HAN, Byung-Chul. A agonia do Eros. Trad. Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2017.

______ . No enxame: perspectivas do digital. Trad. Lucas Machado. Petrópolis: Vozes, 2017.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa. Mulheres, corpo e acumulação primitiva. Trad. Coletivo Sycorax. São Pualo: Elefante, 2017.

FLUSSER, Vilém. A escrita. Há futuro para a escrita?. Trad. Murilo Jardelino da Costa. São Paulo, Annablume, 2010.

FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. Prefácio de Daniel Defert. Trad. Salma Tannus Muchail.  São Paulo: Edições n-1, 2013.

GUINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais.  Trad. Federico Carotti.  São Paulo: Cia das Letras, 1989.

LANIER, Jaron. Bem-vindo ao futuro – uma visão humanista sobre o avanço da tecnologia. Trad. Cristina Yamagami.  São Paulo: Saraiva, 2012.

______ .  Dez argumentos pra vc deletar agora suas redes sociais. Trad. Bruno Casottu. São Paulo: Intrinseca, 2018. pdf.

JENKINGS, Henry; GREEN, Joshua; FORD, Sam. Cultura da conexão – criando valor e significado por meio da mídia propagável.  Trad. Patricia Arnaud.  São Paulo: Aleph, 2014.

LE GOFF. A história deve ser dividida em pedaços? Trad. Nícia Adan Bonatti. São Paulo: Editora da Unesp, 2015.

_______ . Os intelectuais na Idade Média. Trad. Marcos de castro, 8 ed. Rio de janeiro: José Olympio, 2017.

LESSIG, Lawrence. Cultura Livre. Vários trad. São Paulo: Trama, 2005. Disponível online.

MARTINS, Hermínio. Experimentum Humanum – civilização tecnológica e condição humana. Belo Horizonte: Fino Traço, 2012.

MARTINO, Luís Mauro Sá. Linguagens, ambientes, redes. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2015.

MATTELART, Armand. Diversidade Cultural e mundialização. Trad. Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2005. Col. Episteme.

MELOT, Michel. Livro,. Trad. Marisa Midori; Valéria Guimarães. Cotia: Ateliê Editorial, 2012.

MOLES, Abraham et all. Semiologia dos objetos. Seleção da revista “Communications”. Trad. Luiz Costa Lima. Petrópolis: Vozes, 1972. Col. Novas Perspectivas em Comunicação.

MUNIZ Jr., José de Souza. Tinha um editor no meio do caminho. Divinópolis: Artigo A, 2018.

RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível. Estética e Política. Trad. Mônica Costa Netto, 2 ed. São Paulo: EXO experimental.org; Editora 34, 2009.

_____ . Políticas da escrita. Trad. Ramalhete, Vilanova, Vassalo e Ribeiro, 2 ed. São Paulo: Editora 34, 2017.

RIBEIRO, Ana Elisa. Livro. Belo Horizonte: Moinhos e Contafios, 2018.

ROCHA, Rejane C. (org.). Literatura e novas mídias. In Estudos de Literatura Contemporânea Brasileira, n. 47, 2016, Brasília. Disponível aqui.

SALGADO, Luciana Salazar.; PENTEADO, Ana Elisa de Arruda. Mediação editorial: o que é, quem faz? Revisão de textos, ofícios correlatos e materialidades editáveis. Bragança Paulista: Margem da Palavra. Disponível aqui.

SALGADO, Luciana Salazar. Ritos genéticos editoriais: autoria e textualização.  ed. rev. Bragança Paulista: Margem da Palavra, 2011.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização – do pensamento único à consciência universal. 18 ed. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 2009.

_____ . Técnica, Espaço, Tempo. 5 ed. São Paulo: Edusp, 2008.

_____ . A Natureza do Espaço –  técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.

SOUZA, Joyce; AVELINO, Rodolfo; DA SILVEIRA, Sérgio Amadeu (orgs.). Sociedade de controle – manipulação e modulação nas redes digitais.

VIRNO, Paolo. Virtuosismo e Revolução: a ideia de “mundo” entre a experiência sensível e a esfera pública. Trad. Paulo Andrade lemos. Rio de Janeiro:  Civilização Brasileira, 2008.

_____ .  Gramática da multidão – para uma análise das formas de vida contemporâneas. Trad.  Leonardo Palma Retamoso. São Paulo: Annablume, 2013.

*Esta bibliografia é o registro de um percurso de trabalho desenvolvido nos últimos dois anos; ao longo do semestre, os projetos de leitura individuais serão seleções feitas conforme as pesquisas em andamento. Outras leituras poderão ser indicadas ao longo das aulas, atendendo a demandas que surjam. Recomenda-se aos interessados que conheçam também a bibliografia indicada na disciplina Literatura e Mercado Editorial.

 

 

Avaliação

 

Escrita periódica: cada participante deve eleger um objeto editorial sobre o qual fará as reflexões ao longo da disciplina, conforme a bibliografia sugerida e discutida em aula, podendo fazer acréscimos pertinentes a seu projeto de pesquisa. Essas reflexões serão partilhadas em ambiente digital.